Histórico Conciso
Para aqueles que pesquisam o assunto,
a controversa ainda permanece entre nós que estamos abaixo da linha do Equador.
A Federação Portuguesa de Cineclubes, indica a data de 1909, como sendo a de
surgimento do primeiro cineclube, em Paris. Já a Federação Internacional de
Cineclubes – FICC-, considera a data de 1913. Gabriel Rodriguez, atual
Secretário Geral da FICC, apontar “a existência de experiência de caráter cineclubista
na cidade do México, também em 1909”. Assim, a
pesquisa sobre o tema permanece aberta.
A experiência
cineclubista chegou ao Brasil em 1917, com o Cineclube Paredão, no Rio de
Janeiro, e em 1928 ela se consolida com o Chaplin Club, sendo este o primeiro
cineclube registrado em cartório no país.
Um dos aspectos
sobre o surgimento do cineclubismo diz respeito a contraposição ao cinema
comercial de então, que vinha “amontanhando dinheiro comovendo os corações
com argumentinhos chorosos”, como diz
Maiakovski[1]. Em outro aspecto, a necessidade de compreender os
significados das imagens em movimento e sua potencialidade para contar uma
história, encontra no espaço do cineclube, o lugar ideal de aprendizado, a
partir do ver, observar e da troca de experiências do processo de desenvolvimento
dos códigos da linguagem do cinema, alicerçado nas imagens em movimento,
conferindo aos cineclubes, singular ambiente de informação, formação e
subversão.
Muitos cineastas iniciaram
suas carreiras nos cineclubes como: Louis Delluc, François Truffaut, Jean-Luc
Godard, Wim Wenders, Glauber Rocha, Cacá Diegues, Silvio Tendler, Walter
Lima Jr, Hilda Machado, Carolina Paraguassu, Elida Aragão, Marcelo Gomes, resguardadas
as devidas proporções, todos e todas tiveram e tem em suas origens, o DNA
cineclubista.
Os cineclubes se
vinculam a uma concepção revolucionária e democrática de organizar a relação do
público com a obra cinematográfica. Por isso, foram perseguidos pelo autoritarismo
dos regimes instalados no país, marginalizados pelo poder econômico e ignorados
pela maior parte das esferas institucionais e como disse Antoine de Baecque
“O Cinema Brasileiro tem conferido pouco importância aos cineclubes”[2]
Há exatos 64 anos,
o CNC criou as jornadas, um dos eventos mais longevos do Cinema
Brasileiro; criou em 1965 o Festival do Filme de Curta-Metragem Brasileiro;
em 1976 a distribuidora de filmes para cineclubes - DINAFILME, que sem
pretensão comercial, pagou a produção de diversos filmes, de produção
independente. Criou em 1986 o troféu “Macunaíma”, que foi entregue[1] em
diversos festivais, mostras de cinema e nas Jornadas, disseminando na cena
cultura brasileira o fazer cineclube e editou o jornal “ImageMovimento”[2],
com tiragem mensal e distribuído pelos cineclubes ao público.
Por duas vezes a Dinafilme
teve sua sede, em São Paulo, invadida pela Policia Federal, levando mais de 160
filmes apreendidos. A distribuidora vinha sendo monitorada pelo Serviço
Nacional de Inteligência[3] –
SNI -, período em que a polícia prendia filmes, cineclubistas, projetores, numa
tentativa de inibir as atividades dos cineclubes.
A fundação do
Conselho Nacional de Cineclubes em 1962, foi precedida de grande cobertura
jornalística, principalmente em São Paulo, Porto Alegre e do Rio de Janeiro. O
jornal O Estado de São Paulo anunciava no dia 25 de maio de 1962: “Está marcado para amanhã às 14 horas, na sede da Cinemateca
Brasileira, no Parque do Ibirapuera, Portão 5, uma assembléia geral, convocada
pelo Centro dos Cine-Clubes do Estado, de quem é presidente o Sr. Carlos
Vieira, visando a fundação do Conselho Nacional de Cineclubes, que coordenará
todas as atividades dos cineclubes do país[4]”.
Durante a ditadura
militar (1964 a 1985), o Conselho teve suas organizações proibidas, a partir de
13 de dezembro de 1968, por força do Ato Institucional nº 5, mais conhecido
como AI-5. Todas as atividades que envolvia mais de 2 pessoas foram proibidas.
Alguns poucos cineclubes (Clubes de Cinema) que tinha suas atividades mais
restritas, conseguiram continuar funcionando. A grande massa dos cineclubes
fora proibida de manterem suas atividades, perseguidos que foram pela Polícia
Federal.
Mesmo assim, no
mesmo ano de 1968, por força da pressão popular encabeçada da classe artística,
da qual o movimento Cineclubista foi participe, foi promulgada a Lei nº
5.536, que no seu artigo 5º, definiu a natureza dos cineclubes
brasileiros e das cinematecas.
Em 1974 um grupo de
cineclubistas liderados pelos cineclubes do Rio de Janeiro, tendo Marco Aurélio
Marcondes, como uma das lideranças mais proeminente daquele processo, organizaram
e se reuniram em Curitiba, para realizarem sob as barbas da ditadura, a 8ª
Jornada Nacional de reordenação do cineclubismo. Daquele encontro, saiu um
documento chamado: “Carta de Curitiba”, http://diogo-dossantos.blogspot.com/ que norteou as
atividades dos cineclubes nas duas décadas seguintes, liderados por sua
entidade nacional.
Excessivamente
politizados, a ação dos cineclubes, voltaram para a defesa do Cinema
Brasileiro, marginalizado em seu próprio território, o enfrentamento dos
cineclubes ao Regime Ditatorial, depois da jornada de Curitiba, foi mais que uma
decorrência natural, foi opção política em prol do Estado de Direto Democrático.
A partir da 8ª
jornada, a estrutura do movimento mudou profundamente, o arcabouço jurídico de
então, foi modificado. Os direitos e deveres dos cineclubes foram alcançados,
agora todos tem o direito de votar e serem votados e o voto por procuração, que
antes existia, foi abolido. As jornadas passaram a abrigar a Assembleia Geral
do CNC, agora elevada a instância máxima de deliberação do Movimento Cineclubista.
As instâncias de representação do CNC foram ampliadas, com: Diretoria
Executiva, Conselho Fiscal e Conselho Consultivo. Na configuração anterior,
quem vota na Assembleia do CNC eram os diretores do CNC e os dirigentes das entidades
estaduais (Federações e Comissões Pró-Federação). Na nova configuração, as
diretorias, tanto do CNC como das entidades de representação, não votam. O voto
é por cineclube e não por cineclubista.
Antes da realização
da 8ª Jornada e como previa os estatutos, o CNC foi organizado em uma reunião ocorrida
no Clube de Cinema de Marília, interior de São Paulo, por ocasião da entrega do
Prêmio Curumim, ao melhor filme brasileiro exibido na cidade.
Já na Jornada de
Curitiba a discussão em torno do acesso dos cineclubes aos filmes que melhor
lhes convinham, surgiu a ideia de os cineclubes terem seus próprios mecanismos
de difusão dos filmes. O tema causou polêmica, a questão constou da pauta da 9ª
Jornada, realizada em Campinas, SP, a diretoria do CNC, se posicionou contra a
criação da distribuidora e depois de muita polêmica, a Dinafilme Distribuidora
Nacional de Filmes, foi criada em 1976, durante a realização da 10ª Jornada, na
cidade de juiz de fora, numa peleja em que os cineclubes demoveram a
resistência da direção do CNC.
Inicialmente a
Dinafilme foi constituída como um Departamento do CNC, abrigada no Cadastro
Geral do Contribuinte – CGC -, hoje CNPJ, da Federação Paulista de Cineclubes, mas
era gerida por um Conselho de Administração – CADINA -, composto por um
representante de cada Federação ou Comissão Pró-Federação estadual. Nesta época
o Administrador Nacional da Dinafilme, era indicado na mesma chapa da Diretoria
Executiva e era ele quem coordenava as atividades da distribuidora.
A Dinafilme que tinha como principal objetivo, garantir aos
cineclubes, acesso aos filmes, principalmente os nacionais, inclusive os
curtas-metragens, produzidos à margem dos recursos públicos, se fez presente em
vários estados, funcionando como filial da matriz centralizada na capital
paulista. Seu o primeiro lote de filmes em 16mm, veio da Federação Paulista de
Cineclubes, que por sua vez, recebeu os filmes do acervo de difusão da
Cinemateca Brasileira, por iniciativa de Paulo Emílio Salles Gomes, iniciando assim
as atividades da difusora em São Paulo e, posteriormente, em todo o país. Somente
em 1987, com a mudança dos estatutos, é que a Dinafilme passou a ser um cargo
na Diretoria Executiva do CNC[5].
Além disso foram
criadas as Pré-Jornadas, encontro das diretorias das entidades de representação
(CNC, Federações e Comissões Pró-Federação), aberta a participação dos
cineclubes e convidados para eventos correlatos e complementares do encontro.
Ou seja; uma reunião ampliada com caráter de evento, para debater e aprovar o
temário da jornada seguinte.
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Em 1989, após a realização da 23ª Jornada em Vitória, ES, a diretoria eleita, tendo José Fernando da Silva (Caxassa), como presidente. Diante da desmobilização do movimento e do contexto social da época, a direção nacional do movimento, sucumbi e desta vez, em pleno processo democrático em que o país estava vivendo. Inerte a situação sócio cultural assim como outros segmentos sociais, as lideranças cineclubistas de então, permitiram que a geração dos anos de 1990, a última do século e a da virada do milênio, não conhecessem a atividade cineclubista, justamente no período decisivo da passagem do cinema analógico para o digital. Este período do Movimento Cineclubista é tema de artigo específico.
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Posteriormente, no decorrer do processo eleitoral de 2002, lideranças cineclubistas apoiadores e filiados ao Partido dos Trabalhadores – PT -, consolidaram no programa do candidato Luís Inácio Lula da Silva, a necessidade de reorganizar as experiências do Movimento Cineclubista Brasileiro, até então desarticuladas.
Leopoldo Nunes,
cineclubista oriundo do Cineclube Cauim, Ribeirão Preto, naquela ocasião, além
de cerrar fileira no PT, fora presidente da Associação Brasileira de
Curta-Metragem – ABD – e tinha consciência da importância dos cineclubes,
principalmente na difusão do filme de curta-metragem. Nessa condição, recebemos
sua vista em São José dos Campos, quando coordenávamos o Núcleo de Estudos,
Produção e Difusão de Cinema & Vídeo Ethos, da Fundação Cultural
Cassiano Ricardo. Um dos assuntos abordados, dizia respeito a atividade
cineclubista que praticávamos, mas não nominávamos cineclubista e das
possibilidades de reorganização dos cineclubes, em função do novo quadro
político que o país passaria a vivenciar.
No entanto, a
decisão definitiva de rearticular os cineclubes, saiu das conversas entre
cineclubistas presentes no segundo Fórum Social Mundial de Porto Alegre, 2002.
Voltando para Salvador, com conexão em São Paulo, Luiz Orlando da Silva, dar-nos
a conhecer à vontade expressa motivada pelas perspectivas advindas do Fórum. Já
em terras soteropolitanas, Orlando nos envia cópia de uma missiva do Ministério
da Cultura, convidando-nos para uma reunião em Brasília, com a Secretaria do
Audiovisual do Ministério da Cultura, com o propósito de examinar as
possibilidades de rearticular o Movimento Cineclubista.
A reunião ocorreu
no Gabinete do Ministério da Cultura, na sala do ministro Gilberto Gil e de lá
saiu a primeira Comissão de Rearticulação do Movimento Cineclubista, constituída
por: Antenor Gentil Júnior, Diogo Gomes dos Santos, Hermano Figueiredo, Luiz
Orlando da Silva e Orlando Bonfim Netto. Várias decisões foram tomadas naquela
reunião, entre outras a de realizar a 24ª Jornada Nacional de Cineclubes, como
parte da programação da 36ª edição do Festival de Brasília do Cinema
Brasileiro.
Antes da realização da 24ª Jornada, realizamos em Rio Claro, São Paulo, a Pré-Jornada de Rearticulação do Movimento Cineclubista, junto com encontro Ibero-americano de cineclubes, evento registrado entre outros no filme “Cineclubes na América Latina”, disponível em: https://www.facebook.com/watch/?v=495428230618355.
A 24ª Jornada aconteceu com apoio do
Ministério da Cultura. O Centro Cineclubista de São Paulo, promoveu antes da
Jornada o seminário: “Olhar Sobre Telas” e lançou, na abertura da jornada, a
revista CineclubeBrasil, conforme
registrado no filme “Cineclubando” https://www.donaninafilmes.com/filmografia-diogohttps://www.donaninafilmes.com/filmografia-diogo,
tendo como editor Diogo Gomes dos Santos e Oswaldo Faustino, jornalista
responsável, Cacá Mendes, secretário de redação, projeto gráfico e diagramação de
Joseane Alfer.
Esta rearticulação
ocorreu em cenário sem precedentes na história do cineclubismo brasileiro. Pela
primeira, em quase um século de existência, o Estado acena para os cineclubes,
abre o diálogo e cria mecanismos públicos que fomentaram atividades populares
de cultura, por meio de acessos aos recursos até então indisponíveis aos
cineclubes e aos movimentos sócio culturais do país.
Nos dois primeiros mandatos do
presidente Lula e na primeira metade do primeiro governo Dilma, os cineclubes,
feito um rastilho de pólvora, ascenderam pelo território brasileiro, levando a
própria presidenta Dilma Rousseff – que teve sua formação cinematográfica no
Centro de Estudos Cinematográficos de Belo Horizonte (atividade considerada
cineclubista), a dizer que aumentaria em mais mil, o número de cineclubes, além
dos que já existiam no país:
https://www.youtube.com/watch?v=xnmzh0V0VRA.
No entanto e no
momento em que o país experimentava um dos períodos mais profundos da sua democracia,
a direção do Movimento Cineclubista, basicamente os mesmos quadros do período
1988/9 e basicamente sustentando a mesma visão do século passado, não
conseguiram sustentar organizado os cineclubes e suas entidades, entram em
profundo estado de letargia.
A diretoria eleita em 2004, não conseguiu
reorganizar a entidade nacional, como havia prometido e como solução, criou em
13 de abril de 2006, uma outra entidade, acrescentando um pleonasmo ao antigo
nome da entidade nacional, agora denominado: Conselho Nacional
de Cineclubes Brasileiros, com novo CPJ.
Neste processo, perdem a
continuidade de realização anual das jornadas e em
2010, a diretoria cujo mandato venceria em 2012, não conseguiu viabilizar a 29ª
Jornada, mas realizam uma Assembleia de Eleição, num processo controverso,
abrindo uma ferida profunda no ceio dos cineclubes, ao ponto de na Jornada de
Itaparica em 2017, comentários em plenária, davam conta que membros daquela
Diretoria Executiva, eleita na Assembleia de Vitória, terem sido contatados por
telefone e nesta condições terem sidos eleitos. Como consequências as duas
diretorias seguintes, foram à deriva, as jornadas também não foram realizadas,
os mandatos das diretorias foram vencidos, criando um imbróglio e o movimento
entrou em processo de inanição.
Eleita em esforço
voluntarioso e na expectativa de recolocar o Movimento Cineclubista nos trilhos
da história, inflacionada, com 26 diretores espalhados e desordenados pelo país,
aos poucos, a organicidade da direção, foi cedendo espaço para uma acefalia
generalizada, atingindo o conjunto dos seus membros. Graças ao esforço
concentrado do presidente, Jorge Eduardo Paes Aguiar, acudido pelos diretores
Regionais: Terezinha Lúcia de Avelar, de Minas Gerais, Francisco Lillo, de
Goiás, já com os mandatos vencidos, são amparados pela generosa oferta do
Cineclube Carcará, que convida o CNC a realizar a 30ª Jornada na cidade de
Viçosa. Soma-se a isso, a solidariedade de algumas lideranças cineclubistas,
que assumiram a missão de não permitir, que o Movimento Cineclubista, sucumbisse,
mais uma vez, diante de uma realidade, tão propicia as suas atividades.
De 2006 a 2019, num
espaço de 14 anos, foram realizadas única e tão somente cinco jornadas, sendo
que a última, foi basicamente gerida e financiada pelo seu presidente, levando
o Movimento a mudar os estatutos e eleger uma nova diretoria, com apenas sete
membros, um Conselho Fiscal de três titulares e seus respectivos suplentes, além
de altera, de 2 para 4 anos o mandato da Diretoria Executiva, estabelecendo a
obrigatoriedade da Diretoria Executiva realizar, pelo menos uma jornada durante
sua gestão.
A Diretoria eleita
em 27 de outubro de 2019 em Viçosa, a exemplo do que ocorrera em Itaparica,
assumiu as deliberações da Assembleia Geral, como sua carta programa, a assume como
método pedagógico e estabelece como prioridade zero, reorganizar o Movimento
Cineclubista. Empossada a diretoria, nada, absolutamente nada físico, foi repassado
para a nova gestão. Assim, tudo necessitava ser resgatado. Nem mesmo a
documentação para registro em Cartório da Diretoria recém eleita e das mudanças
operadas no estatuto, foram repassadas.
Cinco meses depois,
em pleno governo de extrema direita, que promoveu um verdadeiro desmonte das
políticas públicas conquistadas anteriormente, especialmente o setor cultural,
o planeta é sacudido com a pandemia da COVID-19. Confinados em suas casas, a
vida foi praticamente paralisada, quase todas as atividades foram interrompidas,
principalmente as de cultura e lazer, mas é justamente no segmento da cultura,
que a população encontra maneiras de se proteger, não só do vírus, mas valorizar
a própria razão de viver dignamente.
A exemplo de um grupo de mulheres de
Salvador, que começaram uma atividade de exibir filmes da janela de sua casa,
na parede de um edifício vizinho, como uma espécie de sinal alerta, que a vida
continua, a Diretoria do CNC~, mesmo não sendo sua função, promoveu a exibição
virtual acompanhada de debate do filme “Utopia e Barbárie” de Silvio Tendler.
Devido as boas perspectivas conseguidas com esta experiência, foi resolvido
continuar com a iniciativa. Em seguida promovemos um encontro para discutir a
situação da Cinemateca Brasileira que havia sido incendiada. Desta vez contamos
com participação internacional do presidente da FICC, João Paulo Macedo de
Portugal e dos convidados locais: Carlos Augusto Calil, Francisco César Filho,
Roberto Gervitz e Eloá Chouzal, de resultados altamente encorajadores.
Além de promovermos uma serie de
diálogos com vários estados e grupos de cineclubes, fizemos o lançamento do
filme “Uma Breve História do Cineclubismo Brasileiro”, filme de Lucas Schuina.
Neste período, muitos cineclubes interromperam
suas ações presenciais, outros assimilaram as virtuais, novos cineclubes surgiram
neste formato e aos poucos, mesmo sendo atacadas por “agentes de extrema
direita”, a atividade foi se consolidando. Os cineclubes se reinventaram,
sustentaram na mais altiva das atitudes, seus propósitos e deram sua
contribuição solidária, à vida solitária a que foi submetida a humanidade, em
particular a brasileira.
Atualmente, a
tecnologia digital oferece oportunidade única de democratização de meios de
produção, distribuição e difusão do audiovisual, tornando a proposta
cineclubista, uma das mais adequadas para uma perspectiva de renovação
civilizatória da obra fílmica e do encontro crítico com o público, por meio do
audiovisual.
Reorganizar o
Movimento Cineclubista é tarefa, que somente terá êxito, se o gesto coletivo,
for exercido pelo conjunto dos cineclubes. Isto é fato, e os nossos, estão,
mais uma vez, presentes na cena cultura do país.
Diogo Gomes dos Santos
Cineclubista/Tesoureiro do CNC,
gestão
2019/2023
PÓS ESCRITO (Post-scriptum)
Outros cineclubistas participaram da reunião no Ministério da Cultura e durante o processo de rearticulação, contribuíram significativamente com o movimento, foram eles: Berê Bahia, Lyonel Lucini, Vladimir Dina (Centro de Estudos Cineclubista de Brasília – CICIBRA). Orlando Bonfim Netto, permaneceu na Comissão até a 24ª Jornada, quando Claudino o substituiu. Bonfim participou ativamente da 25ª Jornada. Débora Butruce e Luiz Alberto Cassol, foram acrescidos a Comissão Nacional de Rearticulação durante a 24ª jornada. Lyonel Lucini e Orlando Bonfim Netto, seguiram contribuindo com o movimento até sua passagem para a dimensão celestial.
Para citar este artigo em parte ou no seu todo.
· SANTOS, Diogo Gomes dos – Histórico Conciso, in:http://diogo-dossantos.blogspot.com/. São Paulo. Maio de 2023.
Dis Disponível em: http://diogo-dossantos.blogspot.com/
[1] -
LUCAS, Celso e CHAVAGNAC, Beatrice de - Cinema Ambulante, global editora, 1982,
São Paulo
[2] - BAECQUE, Antoine de - Entrevista ao jornal A Folha de São
Paulo, 06 de agosto de 2006.
[3] - Os filmes agraciados, anunciavam o troféu, nos seus créditos iniciais, esta informação.
[4] - Jornal no formato Tabloide, impresso. Depositado em Bibliotecas de São Paulo, Museu Lassar Segall, na Cinemateca Brasileira e arquivo do autor.
[5] - Relatório do SNI sobre a Dinafilme, Arquivo Nacional, cópia no arquivo do autor, cedida pelo cineclubista João Marcelino Subires.
[6] - Arquivos da Cinemateca Brasileira
[7] - A 21ª Jornada Nacional acontece em Curitiba em 1987. Pela primeira vez o presidente é cassado por descumprimento dos estatutos e estes são alterados, a Dinafilme deixa de ser um Departamento e vira uma Diretoria do CNC. Ata e Estatuto registro no 3º Registro de Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica (3ºRTD) (Nota do Autor)