Oficina de Vídeo para Surdo/Mudo

Oficina realizada na Escola Municipal "ANNE SULLIVAN" de Educação Especial para Surdos e Mudos, da Secretaria Municipal de Educação da cidade de São Paulo.

Esta foi uma das oficinas do Projeto "São Paulo é uma Escola", cujo resultado foi o vídeo "A Cena Muda?", que documenta o processo de aprendizagem dos seus participantes.

Quando começamos a gravar um roteiro dos alunos, o projeto, por problemas burocráticos com o edital, teve problemas, julgamos ser mais prudente interromper com o contrato, embora a Escola queria e ainda quer continuar com a oficina.



Projeto

 Escrever com Luz

 Da idéia ao filme



01 - Apresentação

No mundo atual, os parâmetros da globalização têm a pretensão de determinar as normas de viver e do com-viver, visando uma pretensa “interação mundial”. As novas tecnologias da comunicação cumprem o papel de promover essa “interação” que é atraente, útil mas ao mesmo tempo, incontrolável e ameaçadora.

Diante dessa realidade, percebe-se a necessidade de revitalizar o espaço cultural de ensino formal e informal, propiciando a convivência, o encontro social, desenvolvendo a linguagem audiovisual que possa estimular o reconhecimento das identidades culturais. Para isso a comunidade precisa acessar ao seu favor, as inúmeras formas de manifestação, com criatividade, com vontade, com o desejo de criar e fazer sua própria imagem, até porque, outro pode fazer, recuperando assim o espaço perdido da sensibilidade da ternura e do sonho.

Sendo assim este projeto propõe a combinação da democratização do fazer cultural, através do movimento de imagens, como estímulo ao desenvolvimento humano voltado para a construção de uma sociedade que persiga a sua cidadania, num ato permanente de criação e construção coletiva do saber.


02 - Justificativas:
O cinema, a imagem em movimento, além de ser objeto comercial e industrial é acima de tudo arte, fonte expressiva de cultura, ele não existe sozinho, traz consigo a memória de um povo. O cinema, o vídeo e televisão associados à linguagem escrita e sonora, permitem a compreensão do mundo até mesmo para aqueles ditos não alfabetizados. A alfabetização hoje é vista com olhos, que vão muito além da linguagem escrita, perpassando por todas as outras linguagens. Como já constatado por  Howard Gardner e suas múltiplas inteligências, o homem se alfabetiza por vários segmentos. A leitura da linguagem visual necessita de uma aprendizagem adequada para se tornar significativa, na busca de um conhecimento integral. A Melhor maneira de mudar é pensar a prática - Paulo Freire

O objetivo é a alfabetização visual, para uma melhor leitura do mundo em que se vive através de uma construção com a participação de todos. É preciso ouvir, e juntos construir um programa de formação, onde o fazer deve andar de mãos dadas com o conhecimento. O domínio da cultura em que se vive e das diversas linguagens é sempre um prazer e isto determina a qualidade de vida de uma sociedade.

A visão é livre, para ver, basta estar de olhos abertos. Do que entra pelos olhos, depende a consciência particular de cada ser. A individualidade nos iguala. Cada indivíduo captura uma imagem num plano exclusivo. O olhar é deliberativo. Não podemos ler textos em outras línguas, sem antes aprender aquela língua, mas podemos interpretar imagens de qualquer procedência.

O projeto quer contribuir com esta linguagem, que já é parte de nossas vidas, para que ela seja cada vez mais popular e acessível a todos.

 03 - Objetivos

* Finalizar a oficina com a realização de um ou mais vídeos, como resultado de um processo de criação,  produção e difusão. A quantidade de vídeos, temas, roteiros, será uma decisão dos próprios alunos;

* Estimular a prática da narrativa audiovisual como instrumento de difusão e como ação de resgate da convivência social, tendo o cineclube como meio que propicie o debate do cinema no seio da sociedade;
* Proporcionar aos alunos o conhecimento básico de cinema e vídeo, que permita a reflexão sobre as técnicas dessa linguagem;

* Demonstrar coletivamente os procedimentos básicos para a execução de um roteiro e realização de um vídeo, onde o aluno passa por todo o processo de sua realização e difusão;

* Estimular a leitura critica da história do cinema, do vídeo e da televisão, para uma melhor compreensão dos efeitos que estas imagens exercem no imaginário coletivo e individual.

* Despertar no participante o desejo de se descobrir enquanto sujeito ativo, reagindo, reformulando sua visão de espectador e reconquistando o direito de transformar o seu cotidiano.

* Dependendo do interesse dos participantes combinado com o proponente, poderá ser criado um Núcleo de Estudos, Produção e Difusão de Cinema e Vídeo.



 04 - Metodologia

Nas aulas os participantes deverão sentar sempre em circulo, haverá sempre uma parte expositiva, teórica e outra parte prática. Poderão ser exibidos trechos de filmes, ou será feita a leitura de um texto para discussão em grupo. Em cada aula haverá sempre o manuseio dos equipamentos e a realização de exercícios práticos. Terminando com um bate papo sobre a aula e sobre as imagens feitas pelos alunos durante o processo de manuseio dos equipamentos. Teoria e prática devem caminhar juntas.

O cinema, o vídeo, a televisão são linguagens por excelência coletivas. Teoria e prática devem caminhar juntas, num processo permanente de aprendizado. O professor é apenas um elemento de intermediação, que detêm alguns conhecimentos. As informações de conhecimento devem ser transmitidas aos oficinando de forma tão natural que, aos perceberem, devem ao mesmo tempo estarem fazendo, transformando o aprendizado em descoberta coletiva, um aprende com o outro.


05 - Recursos Materiais Necessários

-         02 Câmeras Mini DV;
-         02 Tripés de Câmera;
-         02 Tripés para iluminação*;
-         02 Spot Ligth*;
-         05 Extensões;
-         06 Lâmpadas pares halógenas;
-         08 Gelatinas: cor, âmbar, azul, amarela, vermelha, verde*;
-         01 monitor de 12’,
-         50 fitas Mini DV;
-         20 horas de Ilha de Edição com Monitor*;
-         Projetor Multimídia
-         Tela
-         Máquina fotográfica
-         Local com TV e vídeo para 20 pessoas.

* Itens por conta do contratado

06 - Outras Informações

·        Turma de 20 participantes, faixa etária a partir dos 15 anos, existem sempre as exceções;
·        Cada aula com 03 horas duração;
·        Duas vezes por semana (terças e quintas), no período noturno;
·        A oficina terá duração de dquatro meses;
·        Carga horária – 54 horas

Público alvo

Aberto ao público em geral. Cada participante deverá, no ato da inscrição, apresentar por escrito, a idéia do filme que quer fazer, de no máximo 12 minutos.

Critério de Seleção dos Participantes
Por ordem de inscrição (ou a critério da contratante). Sugere criar uma lista de espera, caso haja demanda superior ao número de vagas

Recurso Humano

01 (um) Monitor

 01 (um) Assistente