terça-feira, 3 de agosto de 2010


Uma Noite em 67, EU ESTAVA LÁ, NA PRIMEIRA FILA! 


     Saímos do cinema, eu e meu amigo cineclubista (diga-se, cineclubista de pelejas), e ele me dizia que gostou do filme, Uma Noite em 67, documentário de Renato Terra e Ricardo Calil, que o filme tem tudo para agradar o público, mas faltou alguma coisa.

     Revendo o que ficou salvo na memória, lembrei de que no momento, tanto do festival, como após assistir o filme, de uma artimanha Junguiana, dita no filme, pelo mestre dramaturgo e teatrólogo Chico de Assis. O pano de fundo deixado por Sérgio Ricardo, após quebrar o violão e jogar na platéia, a música vencedora do festival “Ponteio” de Edu Lobo e Carlos Capinam, apontava: "Quem me dera agora, ter uma viola pra tocar"... Alegoria é o que não falta na letra daquela música sobre o que estava acontecendo no país daqueles tempos sombrios.


     Se por um lado o filme cria um clima de disputa entre os concorrentes, por outro, nos bastidores, se vive o momento do evento, muita emoção, nervosismos, depoimentos brilhantes de jovens entre 20 e 25 anos, piadinhas, comportamento cordial e ético entre os concorrentes, até então não revelados, pois só o serão nos depoimentos atuais sobre aquela noite.

     Como todo filme, Uma Noite em 67 também quer dialogar com o público, no entanto, naquele noite era a final do III Festival, havia um “algo” antes. Ausente este antes, faltou “alguma coisa, dizia meu amigo Rui de Souza”!


     Quando estávamos na fila do cinema para comprar os ingressos, uma senhora nos vendeu duas entradas que havia comprado na segunda fileira das poltronas, antes da tela. Ela resolveu assistir o filme nas últimas fileiras, por que: “Eu estava lá naquela noite, na primeira fila do Teatro Paramount e não quero me ver hoje jovem, de tão perto. Hoje estou velha. Vivi aquela noite como nunca”. Falta no filme, depoimento(s) do público, daquele público, tão diferente do de hoje. Salvo pouquíssimas exceções, os depoentes, ah, os mesmos...


     Será mesmo que participar de uma passeata contra o uso da guitarra elétrica na música brasileira, naquele momento, seria tão “integralista”, assim, ou quem é que não entendeu nada, “nada”, afinal, naquela noite a viola venceu a guitarra e as três primeiras músicas classificadas ganharam perenidade.


     Para o meu gosto, faltou som no cinema. Mas, por outro lado, se aumenta o volume, pergunto o que aconteceria com os tímpanos dos espectadores, principalmente na apresentação final da música vencedora. Será que uma mixagem da versão original com as regravações e novos arranjos que foram feitos, prejudicaria tanto assim a "obra" fílmica?

     Mas afinal, o filme cumpre um papel importantíssimo, traz para a juventude atual um tempo em que à televisão estava na vanguarda dos acontecimentos do país, e contribuía para a formação cultural do povo. O filme tem todos os ingredientes para agradar a “grande” massa média, do público que freqüenta os cinemas. Vale conferir!

Diogo dos Santos
Cineclubista


















Cordel Cinema



Na rua do Ouvidor
Cidade Rio de Janeiro
No número 57
Com um tal Omiografo
Objeto de nome estranho
No Brasil o cinema aportou.


 1896 Eram duas horas da tarde
Quando a sessão começou
A sala era só breu
Quando a luz alumiou
Todos os presentes emocionaram
Quando o cinema começou.




No dia nove de julho
Jornal do Comércio noticiou
Ocorrido no dia oito
Onde tudo começou
A chegada do cinematógrafo
Que os Lumière inventou.



Já no ano seguinte
Dia 31 de julho
O pioneiro Paschoal Segreto
E Cunha Salles o contraventor
Primeira sala fixa de cinema
Na cidade ele montou.



É a grande atração
Os jornais anunciavam
O Animatógrafo Lumière
No salão de novidades
Fica no 141, rua do Ouvidor
Esta grande novidade.



A mais sublime invenção
Criada pelo engenho humano
A imagem se movimenta
Criando um andar medonho
Parece mesmo de verdade
É o grande testemunho.




Foi Prudente de Morais
O primeiro presidente Brasileiro
Ao assistir o cinema
No Super-Lumière lotado
Veio com numerosa comitiva
E todos ficaram encantados.




LAMPIÃO

Depois de "El Che", Virgulino Ferreira da Silva - lampião -, é a segunda personalidade mais biografada da América Latina!












A Lenda do Buriti Cristalino
por Miguel Batista

De volta pra terra natal
Depois de longa viagem
Aquele irmão mais velho
Que buscava outra paragem
Ele passou pr’aquele povo
Um pouco de sua coragem.


O moço com trejeito
Reuniu a comunidade
Que vivia sem esperança
E muita necessidade
Pois, queria oferecer
Justiça e igualdade.



Sempre mostrava força
O moço quando fala
Vocês estão todos assim
E até se angustiava
Todos vocês são fortes
E outro se exclamava.


Esse moço é diferente
Ele será nossa salvação
Ele fala com propósito
Pois, causa grande emoção
Eu quero seus conselhos
E adorava sua pregação.


Ele guiava o seu povo
Numa certa direção
Vamos criar coragem
E engendrar solução
Se caminhar todos juntos
Terá uma renovação.



Alguém falava na lenda
Que no Buriti existia
O moço de repente falou
Você também não existia
Ficava esperando do além
Por isso comida não havia.


A lenda está em você
Troque ela por coragem
Que toda história mudará
Entenda minha mensagem
De repente, a coisa muda
E pode haver uma passagem.


Eu vi no mato a Caipora
Andando com o porco-espinho
Você está confundindo
Veja isso com carinho
Você tem que desbravar
E fazer novo caminho.


Eu quero ajudar o meu povo
Pois cultivo a esperança
E pra que isso aconteça
Tem que ter confiança
Pra abrir uma vereda
Tem luta, suor e se cansa.



Não necessita buscar
Um vale encantado
Ele está dentro de você
Só deve ser resgatado
Todo homem é poderoso
É só ficar motivado.


Nós temos exemplos
De homem guerrilheiro
Muito forte destemido
E é nosso brasileiro
Eu acredito que será
Deste tipo, jamais, o derradeiro.





O que é um Cineclube?


Um cineclube se organiza antes de tudo pela vontade do convívio comunitário, pelo desejo de reunir os amigos, de participar de alguma atividade diferente da existente, de exercer a cidadania. Cineclube - Cc é antes de tudo uma atitude cidadã! A organização burocrática virá depois.

Um cineclube é uma representação da sociedade civil organizada (estatuto, diretoria, CNPJ), que tanto pode ter uma sala própria com as características de sala de cinema que todos conhecem (ex: Cc Grajaú), ou um local adaptado (Cc Baixa Augusta), tipo sala de aula (Cc Consciência), sociedade amigos do bairro ou mesmo na rua ao ar livre (Cc Mascate).

No cineclube todos participam e decidem sobre suas atividades (democracia interna), onde o filme é visto e debatido com o público que o assistiu.

A programação deve ser planejada e montada por uma comissão de pessoas dessa mesma representação social, onde sejam exibidos filmes e vídeos produzidos por esta mesma comunidade, ou filmes que não foram exibidos nos cinemas comerciais ou mesmo nas locadoras.

No cinema o filme é uma mercadoria, é um objeto de troca, de consumo ligeiro, onde o mais importante é o dinheiro arrecadado na bilheteria.

O cineclube não tem fins lucrativos, e o mais importante nele não é a renda e sim o filme e sua relação com o espectador, ou vice e versa.

Essa prática contribui para reforçar os laços comunitários e a cidadania, o aprendizado e a convivência pacífica entre todos. O cineclube é também o lugar onde o ato coletivo de ver um filme pode ser experimentado: o namoro, a amizade, o companheirismo; onde o sujeito atuante reconquista o direito de participar e transformar seu cotidiano. Enfim, cineclube é também o lugar onde reúne pessoas para ver, ouvir e discutir os filmes e seus personagens. Pois eles vivem eternamente em sua memória.


CINECLUBE É CULTURA E CULTURA É O MELHOR PRESENTE!





De: Maria do Rosario Caetano


Assunto: BRASILIA 50 ANOS + VLADIMIR CARVALHO + "Brasília 50 Anos - Cinema e Memória" (BERÊ BAHIA) + CINECLUBE VLADIMIR + GERALDINHO VIEIRA



BRASILIA 50 ANOS - Inauguração cineclube Vladimir Carvalho

Amigos e amigas, Será inaugurado nesta sexta-feira dia 9 de abril, o Cinecube Vladimir Carvalho, bem ali no Conic (SETOR DE DIVERSÕES SUL - BRASILIA). Não é demais lembrar que essa será mais uma tela para nossos filmes, e mais importante ainda, esse é um cineclue que carrega a marca e a grife do nosso querido Vladimir carvalho.Todos estão convidados. Vai ser muito importante pro Vladimir a nossa presença.



Pedro Lacerda





DE DIOGO GOMES PARA PEDRO LACERDA



Cineclube Vladimir Carvalho



Rosário, Estou sem o e-mail do Pedro Lacerda, por isso te peço para retransmitir - sem a anca do cavalo -nossas mais sinceras e melhores saudações cineclubistas, pela iniciativa.

Vladimir sempre foi um cara muito amigo, solidário, generoso. Faço minhas as suas palavras "Companheiro Velho de Guerra". Comprometido com o cineclubismo - leia-se Cinema Brasileiro -, nome da estirpe de Vladimir, honra com folga qualquer iniciativa desta natureza. Mestre documentarista, cineclubista de ofício, cineasta de precisão, homem do seu tempo, atentas são suas lentes, sempre ética, deixa com sua câmera, marcas por onde passa.



Vladimir é terra seca,
é sol a pino,
é funil de vento,
é redemoinho!



Salve Pedro,
Viva o Cineclube,

Abraços do caatingueiro, Diogo Gomes --- O filme só existe na tela ... quando bem projetado!




2 comentários:

Anônimo disse...

OH!
Caatingueiro,
Gostei muito.
Mas...
Espectadores é com esse.
Com xis é expectativa.

Gostei da lembrança,
Do famigerado Lampião.
Mas faltou falar,
De Zequinha de Brotas.
E do Lamarca,
O outro capitão.

Abraços - Antonio Madeira

Diogo Gomes dos Santos disse...

Caro Antônio, agradeço seu generoso comentário. A correção está no ar.
Quanto ao outro Capitão, aquele que , pelas "Trilhas da Fé e da Guerrilha" e por Brotas passou, vamos segui-lo, em 24 quadros, aguarde!

Abraços
Diogo