terça-feira, 8 de março de 2011


NÃO, AO NÃO!


Parece que esta aumentando (em algumas listas)  campanha pelo “Fora Ana de Hollanda” do Ministério da Cultura. No campo cineclubista, a adesão acrítica ao Estado, por parte da organização nacional, é preocupante. Afinal, é a primeira vez que estamos do mesmo lado, dizem por aí...

Em qualquer tempo a relação com o Estado, recomenda-se, ser crítica, contestada ou apoiada conforme cada caso. A crítica propositiva é uma postura, que possibilita em momentos como esse início de um novo governo, acautelar, postar no tempo e na hora para que a paixão ceda lugar à razão.

Para um partido político chegar ao poder em nosso país, historicamente, ele necessita de um arco de alianças, com outros partidos, gostemos ou não, que garanta a governabilidade e que o possibilite implantar o máximo do seu programa, até porque o outro, também tem projeto e quer demonstrar sua capacidade de implantar o seu.

O país elegeu pela terceira vez consecutiva um programa de governo encabeçado pelo PT. Dentro deste partido, a área da cultura, sempre fez muito barulho e se postulou merecedora daquele Ministério. Isso ainda não aconteceu. Em governos Estaduais e Municipais, não é raro que para esta pasta, outras agremiações partidárias, são contempladas, e sempre merecem são rotuladas: “tratam a cultura como um balcão de negócios e não como política pública” e por aí vai o discurso.

“Entrar de gaiato no navio” tornou-se um dito popular bastante interessante a ser observado neste momento. O debate sobre esta questão, de modo geral, tem sido mais “particular” do que didático, informativo, educativo e até cultural, melhor dizendo: tem sido um debate de interesse de grupos e não de política pública.

Para um governo em início de gestão, como o da presidente Dilma Rousseff, mudar um auxiliar desta envergadura, há não ser que tenha cometido um ato muito grave, o que não aconteceu com a Ana de Hollanda, recomenda-se "calma e caldo de galinha", afinal, dizem, “não faz mal a ninguém”.

Associar a ministra ao ECAD, devido à retirada do selo Creative Commons do site do Minc, será que não é um jogo de interesse ligado a outros grupos? A maneira como o tema vem sendo tratado, não está longe de ser resolvido? E, por outro, ações como a criação da Secretaria de Economia Criativa, que vem gerando repercussões positivas e passou a ser uma ação inovadora na agenda do Minc, conferindo a sua titular, dentro do governo, créditos, que a fortalece? A denúncia dos R$ 500 milhões gastos pelo gabinete do ministro anterior, para mantê-lo no cargo, não é um cala a boca aos partidários do “fora Ana”?

Debate desta natureza, onde os partidários de cada lado estão mais interessados em desqualificar o adversário, do que esclarecer a maioria, os reais motivos que os move, tendem sempre a enfraquecer a ambos, levando-os a compartilhar migalhas orçamentárias, para conservarem seus interesses particulares em detrimento de uma causa comum.

Assim ficamos um pouquinho piores...



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