DENÚNCIA
Dia 26 de junho de 2021, a 1ª live de retomada das atividades do Cineclube Alto do Farol, Osasco, SP, foi invadida de forma ostensiva por Hacker transmitindo imagens pornográficas, palavrões, tocando música Funk ofensivas, uma verdadeira manifestação de ódio.
O propósito da atividade, além de reativar os cineclubes da cidade, é estender o debate para a região da grande são Paulo e do estado, para levantar as possibilidades de reorganizar uma entidade de representação estadual dos cineclubes Constou da programação, a exibição dos filmes: “A Cor da Luz”, 1987 de Mário Kuperman; “Na Parede, na Toalha, no Lenços”, 1999 de Lizandro Nunes, Juliana Gama, Úrsula Dart e Virgínia Jorge; “Mascate Cineclube”, 2007 de Gilberto Caetano e “Cineclube Alto do Farol” 2014, de Rui de Souza, Joseane Alfer e Diogo Gomes.
Com uma hora e meia de duração e contando
com diversas intervenções, trocas de experiências e proposições afirmativas, a
fala de um dos participantes, foi tumultuada, vários hackers invadiram a reunião, promovendo bizarra anarquia, transformando
o ambiente visual e sonoro das telas numa cacofonia absurda, tumultuando o
ambiente, tentam “calar” a fala dos participantes, utilizando-se de palavrões
intimidatórios, grosseiros, exibindo inclusive, imagens obscenas. Num verdadeiro
show de horror cibernético, algo inacreditável para alguns.
Este tipo de ataque vem ocorrendo sistematicamente
em diversos cineclubes do país. Ao longo da história, o Movimento Cineclubista
Brasileiro, combateu a Censura, enfrentou a repressão policial, em diversas oportunidades,
desde a proibição, em 1940, da programação do “Clube de Cinema de São Paulo”,
pela polícia do DIP do Estado Novo. Durante o período da Ditadura Civil Militar,
inúmeros filmes aprendidos. Em 1977 três filmes foram proibidos de participarem
do III Festival do Filme Brasileiro de Curta-Metragem, durante a realização da
7ª Jornada Nacional de Cineclubes. A organização cineclubista não acatou a
proibição e interrompeu a continuidade do Festival. Por duas vezes a sede da Dinafilme
foi invadida pela Policial Federal, em 1979 e 1980, levando mais de 80% dos
filmes. Os cineclubes foram à luta e recuperaram parte dos filmes. Incontáveis
apreensões de filmes, cineclubistas, projetores, telas, cartazes de cineclubes ocorreram
em diversas partes do país, à ameaça de bomba para impedir o lançamento do
filme “Greve”,1979 de João Batista de Andrade no cineclube do Sindicato dos
Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, os cineclubes fizeram valer
sua luta, este entre outros filmes que hoje são clássicos do nosso cinema.
O que era relato históricos para os
participantes da atividade, ironicamente virou realidade, aconteceu, de forma
virtual, o fato aconteceu e foi gravado pelo Google Meet. Teimosamente os cineclubes não se rende, ousam lutar
por justiça social.
Repudiamos veementemente e consideramos que estas invasões, não apenas interrompem as atividades preparadas, como também causam danos morais, emocionais e materiais aos participantes das atividades como o desgaste, o desrespeito, agridem as leis do país de uso das redes sociais e questionamos o Google Meet a tomar providências contra estas condutas.
Vamos recorrer ao Conselho Nacional de
Cineclubes Brasileiros, no sentido arrolar outros acontecimentos do gênero,
tomar as devidas providências, denunciar para a sociedade civil e utilizar dos
meios legais para coibir este tipo de prática negacionista, odiosa, tentativa
vexatória de ameaça à liberdade de organização e expressão.
Cineclube Alto do
Farol, Osasco, 27 de junho de 2021.
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