quinta-feira, 18 de julho de 2019







30ª Jornada Nacional de Cineclubes, aqui vamos nós!

Depois de um hiato de quase cinco anos está sendo anunciada para os dias 29, 30, 31 de agosto, e 01 de setembro próximo, a realização da trigésima Jornada Nacional de Cineclubes Brasileiros, na cidade de Viçosa/MG, a 230 km da capital, Belo Horizonte, numa parceria do Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros – CNCB -, Cineclube Carcará, com apoio da Universidade Federal de Viçosa.

Há 60 anos ocorria a primeira Jornada Brasileira de Cineclubes, na cidade de São Paulo. Naturalmente que um dos temas daquele longínquo acontecimento, discorreu sobre a natureza do que seria um cineclube, a preocupação com o ensino do cinema na escola e a criação de uma entidade de representação nacional. Difícil passar desapercebido pela próxima jornada, a necessidade desse diálogo, tão necessário antes, como agora.

Convenhamos, é incomum na História do Cineclubismo Brasileiro tanta desarticulação, em tão alto grau, não acorrer o evento nacional, a Assembleia Geral e a eleição de nova diretoria.

Reflexo do que acontece no país, com o descalabro em que o país está submetido, vem à tona, mesmo assim, tal desconexão no cineclubismo não se justifica. Instalou-se democraticamente na sociedade brasileira, o reino da ignorância e a prepotência avança a passos largos, sobre uma sociedade desfigurada de auto estima, civilidade e cidadania. A desarticulação que assola o Movimento Cineclubista ocorreu também em tempos democráticos, quando o país elegeu seu primeiro presidente civil, 1989, depois do período ditatorial, e depois do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff, permanecendo até os dias atuais.

É voz corrente entre cineclubista, que no período ditatorial o inimigo era por demais conhecido, portanto, para o combate, a estratégia estava exposta. Mas como se combateu a Ditadura? A arma cineclubista era o filme, objeto primeiro de sua atividade. O filme que era negado pela ordem vigente, impedido de ser exibido nos cinemas para o grande público, foi e deveria ser a arma dos cineclubes.

É indispensável recorrer a história do cineclubismo, valorizar as últimas decisões, avaliar esse último período do cineclubismo, 2003-2019, com debates críticos, sem medo dos acertos e dos equívocos, se é que eles existiram. Não se trata de apontar o dedo para fulano ou sicrano, mas de uma conversa radical, fraterna, retomar as raízes da atividade cineclubista. A jornada é o lugar da fala e acima de tudo, o lugar da escuta cineclubista.

Nunca foi tão necessário, no tempo presente da história do Brasil, como agora, vigorar pelo país afora, a atividade cineclubista!

Pelo cineclubismo, pelo cinema, pela democracia, por um Brasil cineclubista!


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