30ª
Jornada Nacional de Cineclubes, aqui vamos nós!
Depois de um hiato
de quase cinco anos está sendo anunciada para os dias 29, 30, 31 de agosto, e
01 de setembro próximo, a realização da trigésima Jornada Nacional de
Cineclubes Brasileiros, na cidade de Viçosa/MG, a 230 km da capital, Belo
Horizonte, numa parceria do Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros – CNCB
-, Cineclube Carcará, com apoio da Universidade Federal de Viçosa.
Há 60 anos ocorria a
primeira Jornada Brasileira de Cineclubes, na cidade de São Paulo. Naturalmente
que um dos temas daquele longínquo acontecimento, discorreu sobre a natureza do
que seria um cineclube, a preocupação com o ensino do cinema na escola e a
criação de uma entidade de representação nacional. Difícil passar desapercebido
pela próxima jornada, a necessidade desse diálogo, tão necessário antes, como
agora.
Convenhamos, é
incomum na História do Cineclubismo Brasileiro tanta desarticulação, em tão
alto grau, não acorrer o evento nacional, a Assembleia Geral e a eleição de
nova diretoria.
Reflexo do que
acontece no país, com o descalabro em que o país está submetido, vem à tona,
mesmo assim, tal desconexão no cineclubismo não se justifica. Instalou-se democraticamente
na sociedade brasileira, o reino da ignorância e a prepotência avança a passos
largos, sobre uma sociedade desfigurada de auto estima, civilidade e cidadania.
A desarticulação que assola o Movimento Cineclubista ocorreu também em tempos
democráticos, quando o país elegeu seu primeiro presidente civil, 1989, depois
do período ditatorial, e depois do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff,
permanecendo até os dias atuais.
É voz corrente entre
cineclubista, que no período ditatorial o inimigo era por demais conhecido,
portanto, para o combate, a estratégia estava exposta. Mas como se combateu a
Ditadura? A arma cineclubista era o filme, objeto primeiro de sua atividade. O
filme que era negado pela ordem vigente, impedido de ser exibido nos cinemas
para o grande público, foi e deveria ser a arma dos cineclubes.
É indispensável recorrer
a história do cineclubismo, valorizar as últimas decisões, avaliar esse último
período do cineclubismo, 2003-2019, com debates críticos, sem medo dos acertos
e dos equívocos, se é que eles existiram. Não se trata de apontar o dedo para
fulano ou sicrano, mas de uma conversa radical, fraterna, retomar as raízes da
atividade cineclubista. A jornada é o lugar da fala e acima de tudo, o lugar da
escuta cineclubista.
Nunca foi tão
necessário, no tempo presente da história do Brasil, como agora, vigorar pelo
país afora, a atividade cineclubista!
Pelo cineclubismo,
pelo cinema, pela democracia, por um Brasil cineclubista!
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